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Bombeiros encontram corpo de haitiano desaparecido após explosões em silo de grãos em Palotina

Wicken Celestin, de 55 anos, fazia um serviço em túnel subterrâneo abaixo de armazém com capacidade para 11 mil toneladas de grãos na cooperativa C.Vale. Outras oito pessoas morreram no acidente.

Por Jornal Portal do Paraná em 31/07/2023 às 16:47:51

O Corpo de Bombeiros do Paraná encontrou nesta segunda-feira (31) o corpo de Wicken Celestin, de 55 anos, última vítima desaparecida após explosões em silo de grãos da cooperativa C.Vale de Palotina, no oeste do Paraná.

As explosões que aconteceram na última quarta-feira (26) mataram nove pessoas e feriram outras onze. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o silo da cooperativa explodiu.

De acordo com a C.Vale, Celestin fazia um serviço em um túnel subterrâneo abaixo de um armazém com capacidade para 11 mil toneladas de grãos.

Durante a tarde desta segunda, as equipes trabalham para retirada do corpo. Conforme a corporação, o trabalho é dificultado pelas condições de destruição do local.

Por meio de nota, a cooperativa afirmou que o resgate da última vítima foi "finalizado com dor e que a explosão pegou em cheio o coração da cooperativa". Além disso, ressaltou que vai se concentrar em auxiliar as autoridades a identificar as causas do acidente.

Vítimas

Veja quem são as vítimas que morreram na tragédia:

  • Wicken Celestin – 55 anos (haitiano)
  • Alfred Lesperance – 44 anos (haitiano)
  • Michelet Louis - 41 anos (haitiano)
  • Jean Michee Joseph – 29 anos (haitiano)
  • Jean Ronald Calix – 27 anos (haitiano)
  • Donald ST Cyr – 24 anos (haitiano)
  • Eugênio Metelus – 53 anos (haitiano)
  • Reginald Gefrard – 30 anos (haitiano)
  • Saulo da Rocha Batista – 53 anos (brasileiro)

Na tarde da última quarta, explosões sequenciais foram registradas em um silo de armazenagem de grãos da cooperativa. A Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho investigam o caso.

De acordo com a cooperativa, dos nove mortos, um é funcionário da C.Vale e oito são terceirizados do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias (Sintomage), que presta serviços à companhia.

A cooperativa atua no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai. Ela é considerada a 5ª maior do agronegócio na região sul do Brasil em vendas e a 2ª maior do Paraná.

Para o resgate das vítimas, o Corpo de Bombeiros montou uma força-tarefa. Segundo a instituição, durante as buscas foram disponibilizados mais de 35 socorristas e cães de Palotina, Cascavel e Toledo, cidades do oeste do Paraná.

Na noite de quarta, o governo estadual enviou, em dois aviões da Casa Militar, 14 bombeiros do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), equipe especializada da corporação, além de dois cães.

Vidros de casas quebraram com as explosões

Moradores da região afirmaram que sentiram o tremor causado pelas explosões. Um vídeo gravado pela câmera de segurança da moradora Daniele Satiro registrou três barulhos de explosões sequenciais.

Nas imagens é possível ver a janela da casa tremendo em uma das explosões. A moradora contou que mora a um quilômetro da C.Vale.

Há relato de tremores em casas a cerca de 8 quilômetros de distância da cooperativa.

Cerca de 200 imóveis foram danificados após as explosões, conforme o secretário de administração do município Lucas Pedron.

"Todas com pequenos danos, nenhum dano grave que necessite de mobilização. [...] A C.Vale está trabalhando primordialmente para o ressarcimento desses danos e atendimento as vítimas", afirmou o secretário.

Entre os danos estão portas, vidraças e telhados atingidos por destroços ou pelo tremor causado pelas múltiplas explosões.

Vítimas estavam em túnel, afirma capitão

O capitão Guilherme Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, explicou que parte das vítimas estava em um túnel que liga os armazéns do silo.

"As vítimas estavam no subsolo, nesse túnel, e a estrutura veio abaixo por conta da explosão", afirmou.

O oficial detalhou, também, onde dois corpos estavam.

"Provavelmente elas foram atingidas pela onda de choque que se propaga no momento da explosão e acabaram morrendo [...] Um dos corpos estava à frente do armazém, onde era realizado o serviço, e outra vítima estava atrás", afirmou.

O que diz a C.Vale

No dia das explosões a C.Vale se posicionou, por meio de nota, afirmando que colaborava com as autoridades para minimizar os efeitos do evento. Leia abaixo:

"A C.Vale comunica aos seus associados e comunidade em geral que nesta quarta-feira, 26 de julho, às 16h50, um sinistro de grandes proporções atingiu nossa unidade central de recebimentos de grãos em Palotina, oeste do Paraná, devido a causas ainda não identificadas.

No momento, a prioridade está centrada na mobilização de todos os esforços e recursos necessários à preservação da integridade dos colaboradores atingidos pelo incidente e apoio aos familiares das possíveis vítimas atingidas.

No momento, todas as equipes de segurança da cooperativa estão ativas colaborando com autoridades públicas envolvidas, visando minimizar efeitos desse lamentável evento.

Assim que todas as variáveis forem identificadas e apuradas as repercussões geradas pelo incidente, nova nota de esclarecimento será emitida pela equipe de gerenciamento de crise instalada nessa oportunidade."

Nesta segunda, a empresa afirmou que com o resgate da última vítima, a cooperativa se concentra agora em auxiliar as autoridades a identificar as causas do acidente.

"Chegou ao fim a busca pela última vítima da explosão na unidade de grãos da C.Vale, em Palotina (PR). O Corpo de Bombeiros encontrou, às 14h40 de hoje, o corpo de Wicken Celestin, de 55 anos. A localização do corpo do trabalhador haitiano aconteceu cinco dias após o acidente ocorrido no dia 26 de julho. (Fonte:G1)

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