A pandemia do novo coronavírus transformou a realidade do mundo e trouxe
desafios nas mais diversas áreas de atuação. Durante o enfrentamento do
vírus, só no Paraná, mais de 1,5 milhão de pessoas foram confirmadas com a
doença e quase 41 mil paranaenses perderam as vidas em decorrência da
Covid-19 até o início de dezembro de 2021, segundo a Secretaria de Estado de
Saúde (Sesa). E, além do trabalho dos profissionais de saúde na linha de
frente, as Engenharias também contribuíram para em várias etapas dessa
trajetória.
Elétrica, Mecânica, Civil, Clínica, Segurança de Trabalho, são algumas das
modalidades que atuam nos bastidores, assegurando o suporte necessário
para o bom andamento das demais atividades. Neste 11 de dezembro, data em
que se comemora o Dia do Engenheiro, o inspetor do Conselho de Engenharia e
Agronomia do Paraná (Crea-PR) em Ivaiporã, Rafael Koltun, é Engenheiro
Mecânico especialista em Engenharia Clínica e atua no Instituto de Saúde Bom
Jesus, em Ivaiporã, relembra a trajetória desses mais de 20 meses de trabalho.
“A engenharia clínica, assim como todos os outros setores de estabelecimentos
assistenciais de saúde, não estava preparada para o enfrentamento de uma
pandemia. Inicialmente sugiram as dificuldades e questionamentos sobre a
exposição ao risco de contaminação, sobre qual seria forma mais segura para
execução do trabalho. Posteriormente, prestadores de serviços e empresas
externas aos hospitais optaram por parar os atendimentos, levando em conta a
exposição a esses riscos, ficando a cargo das equipes de engenharia clínica
dos hospitais a montagem, instalação e operacionalização dos equipamentos”,
pontua.
“Nós nos encontrávamos em um momento de incertezas em que todos tinham
medo, sem saber exatamente o que fazer e sem uma orientação correta. A
população ficou sem rumo, entrando em uma guerra de futuro incerto. Os
verdadeiros combatentes, que foram os profissionais da saúde, precisavam de
segurança nas ferramentas que dispunham e foi aí que a engenharia teve
papel importante no enfrentamento da pandemia. Conseguimos ter mais
efetividade nesse combate por ter toda uma equipe técnica especializada na
retaguarda, deixando os equipamentos mais seguros através das manutenções
constantes nos ambientes hospitalares”, afirma o gerente da regional
Apucarana do Crea-PR, engenheiro civil Jeferson Antonio Ubiali.
“Nós da engenharia estamos para dar suporte, pois, por trás de todo
equipamento hospitalar, tem um responsável técnico. A operação do hospital
só acontece de forma plena porque tem a engenharia envolvida, que faz todo
um diagnóstico para uma manutenção preventiva ou corretiva, deixando uma
condição de trabalho mais adequada. São anjos ‘invisíveis’, pois as pessoas
que entram em um hospital não imaginam que por trás de toda a estrutura têm
engenheiros. Eles garantem mais segurança na funcionalidade dos
equipamentos e na sanidade do espaço. Seja nas questões operacionais, seja
nas questões de controle do ambiente, busca-se deixar um ambiente salubre,
esterilizado, seguro para profissionais da saúde e pacientes e tudo isso passa
pelo conhecimento da engenharia”, aponta.
As necessidades diante da nova realidade também acarretaram em mais
mudanças. “Com o aumento da demanda de atendimentos aos pacientes nos
hospitais, foi necessário também aumentar a quantidade de materiais e
equipamentos, surgindo a outra grande dificuldade a falta de equipamentos,
acessórios e peças para manutenção. Nesse cenário, para a equipe
engenharia clínica, foi necessário se reinventar e adotar novas estratégias e
planejamento para contornar essa situação. Com o uso intensificado dos
equipamentos, principalmente os famosos respiradores (ventiladores
pulmonares), ficou evidenciado a importância da manutenção nos
equipamentos e também a importância de reduzir a indisponibilidade desses
equipamentos, levando em consideração o extremo uso dos mesmos”, frisa o
inspetor do Crea-PR. “Em se tratando de uma doença respiratória, também
ficou nítido a importância da manutenção de centrais, redes e pontos de
distribuições de gases medicinais, bem como a manutenção em centrais de
vácuo, sistemas indispensáveis para cuidados intensivos”.
“Foram tempos difíceis que trouxeram marcas profundas a todos que, de uma
forma ou de outra, participaram no enfrentamento da Covid-19, inclusive com
baixas fatais de alguns profissionais. Fica aqui nosso lamento. Contudo, a
pandemia tem evoluído para níveis mais leves, o que ocasiona um alívio de
todo o sistema e possibilita uma operação normal da engenharia clínica. Para
esses profissionais, o nosso reconhecimento pelo bom serviço prestado à
sociedade”, finaliza Ubiali.
Sobre o Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), criado no ano de 1934, é uma
autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização dos profissionais da empresa das áreas da
engenharia, agronomias e geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove
ações de orientação e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via
Editais de Chamamento.